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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Segundo domingo do advento

Irmaos, no segundo domingo, temos o evangelho,«Uma voz clama no deserto:
‘Preparai o caminho do Senhor,
endireitai as suas veredas.» (Lc 3, 4)
I LEITURA – Bar 5, 1-9 a promessa da libertação
SALMO – 125 (126), 1-2ab. 2cd-3. 4-5. 6 (R.3)
Grandes maravilhas fez por nós o Senhor: por isso exultamos de alegria.
Ou este: O Senhor fez maravilhas em favor do seu povo.
II LEITURA – Filip 1, 4-6. 8-11
"Peço que a vossa caridade cresça cada vez mais em ciência e discernimento".
EVANGELHO – Lc 3, 1-6
O início da missão de João Baptista
Acendamos a segunda vela da coroa de Advento.
E, na parte inferior da estrela, coloquemos na base da santidade, a palavra da
justiça.
Nesta humilia Padre Amaro nos convida regarmos nossos coraçoes, para que o deserto dentro dele se fertilize e começe a dar frutos com uma nova vida, uma nova terra:


Partimos, desde o início, da santidade, como programa de sempre, e esperamos, para o dia de Cristo, “os frutos de justiça” na sua plenitude! Pois tão pobres e tão podres, tão magros e tão amargos, têm sido, entre nós, alguns dos frutos da justiça humana, daquela justiça legal, que tem por ofício fazer respeitar a lei e amoral dos homens.
O descrédito da justiça é, talvez, o mais corrosivo e perigoso vírus da saúde moral e social de um povo. Por isso, quanto mais vemos falhar a justiça humana, tanto mais desperta, por aí, ora o desejo imediato de a aplicar pelas próprias mãos, ora a expectativa futura de um julgamento divino, reparador de todas as injustiças!
Esperamo-lo, de facto, no “dia de Cristo”, dia do julgamento final e da nossa justificação!
Mas de que justiça, afinal, estaremos nós ainda falar, quando falamos assim da justiça final de Deus?! Todos conheceremos a definição clássica da justiça humana: “ela é a virtude moral que consiste na constante e firme vontade de dar, a Deus e ao próximo, o que lhes é devido”.
Mas, é bem verdade que a Bíblia alarga o conceito de justiça. A «justiça de Deus», refere-se, em primeiro lugar, àquela qualidade, pela qual Deus é fiel à sua aliança.
Ele “faz jus” à Sua palavra de amor! Na sua justiça, Deus respeita os nossos direitos e restabelece o direito daqueles que são os seus aliados; está do lado dos pobres e oprimidos, é mesmo o seu advogado de defesa. Enquanto a justiça humana ensina a respeitar os direitos dos outros e a restituir os direitos lesados, a justiça divina, que vem de Deus e que Deus infunde nos nossos
corações, é mais ampla: julga com misericórdia.
E, por isso, não apenas repara o mal feito, mas cura a ferida da própria ofensa. Na medida em que perdoa o pecado, Deus justifica o pecador e torna-o assim mais justo. Por isso, toda a
justiça, separada do amor misericordioso, torna-se fria e cruel. Portanto, a justiça de Deus, chama-se, em rigor, “misericórdia”. «Se a vossa justiça não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus»(Mt.5,20), disse Jesus.

São Paulo pedia a Deus, que nos concedesse, por meio de Seu Filho, “a plenitude dos frutos da justiça”! Por outras palavras, ele espera, para o dia do Senhor, aqueles frutos, pelos quais a salvação, que vem de Deus, por meio de Cristo, possa atingir e transformar as nossas relações pessoais.
Diríamos então que a plenitude dos frutos de justiça se exprime no amor, no perdão e na paz! Porquê?
No amor, porque a justiça é dar a cada um o que é devido, e «quem ama o seu próximo, cumpre toda a Lei» e nós não devemos mais nada a ninguém que o amor de uns para com os outros» (cf. Rom.13,8). Por outro lado, a justiça precisa de frutificar em perdão, pois só ele é capaz de curar feridas que ainda sangram nos corações, e restabelecer profundamente relações humanas ainda tão perturbadas, até chegar àquela Paz, sem vencedor, nem vencidos.
Nesta 2ª semana de Advento, disponhamo-nos então à obra da justiça. Trata-se de dar a cada um o que é devido: não só o pão de que se alimenta, o seu salário, a assistência humanitária, mas também o perdão, aquele amor feito de correcção fraterna e de consolação, aquela atenção paciente e delicada, numa presença discreta e amável! Aproveitemos também (na quarta-feira) a celebração do Sacramento da Reconciliação, para restabelecer as nossas relações com Deus e com os irmãos, e assim deixarmos frutificar, no deserto dos nossos corações, os frutos mais excelentes do perdão e da paz!

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